O jornal O Popular deste domingo traz mais uma daquelas histórias que envolvem dinheiro público e que têm o forte cheiro pútrido da corrupção. No centro da polêmica está, mais uma vez, a administração do prefeito Paulo Garcia (PT).
Veja, leitor, se o papo não é suspeito: Paulo e seus auxiliares “descobriram” uma microempresa de Mossâmedes em 2013 e, desde então, ela papou mais de uma dezena de belíssimos contratos de serviço e fornecimento. O nome da microempresa é Fernanda Caetano Cunha, e o nome fantasia é FC Indústria Comércio e Serviços.
O mais curioso é que o estabelecimento, apesar de pequeno, consegue fornecer de tudo para prefeitura e faturar toda licitação que aparece. Vejam só: em 2013, venceu concorrência para vender pente de plástico, desodorante, fralda, acém, músculo bovino, placas, totens e displays para UPAs. Em 2014, forneceu pão, placas de sinalização turística, uniformes escolares desinfetante, carne, caixa d’água e serviços de perfuração de poço em cemitério, e remoção de picharão. Em 2015, vendeu placas de sinalização.
É ou não é uma microempresa dinâmica?
O mais importante é que, em dois anos, estes contratos movimentaram R$ 4,866 milhões.
O grande salto haveria de ser dado com a contratação de serviços de instalação e manutenção de esquadrias de portas e janelas com telas do tipo mosquiteiro para Secretaria Municipal de Saúde pela bagatela de R$ 12,7 milhões.
Graças a reação do vereador Djalma Araújo (SD), que denunciou a esculhambação ao Ministério Público, o contrato foi cancelado.
Detalhe é que a licitação para instalação de telas foi disputada por apenas duas empresas, a de Fernanda e a do irmão dela, Marcus Vinícius Modesto Cunha. Os dois são filhos do ex-prefeito de Mossâmedes Hélios José da Cunha Júnior (1996-2004), conhecido como Júnior Perereca (PSB).