O assunto é sério e os indícios apontam para possível escândalo cabeludo de corrupção, mas a foto que estampa a reportagem do jornal O Popular sobre os contratos suspeitos da prefeitura de Goiânia com a microempresa FC Indústria Comércio e Serviços, no valor de R$ 4,8 milhões, é a do controlador-geral do município, Edilberto Castro Dias, sorrindo.
Como se estivesse contando uma piada.
A empresa citada pela reportagem ganhou nada mais, nada menos que 12 licitações nos últimos dois anos e forneceu toda sorte de produtos: Em 2013, vendeu pente de plástico, desodorante, fralda, acém, músculo bovino, placas, totens e displays para UPAs. Em 2014, forneceu pão, placas de sinalização turística, uniformes escolares desinfetante, carne, caixa d’água e serviços de perfuração de poço em cemitério, e remoção de picharão. Em 2015, foram placas de sinalização.
O grande salto da FC haveria de ser dado com a contratação de serviços de instalação e manutenção de esquadrias de portas e janelas com telas do tipo mosquiteiro para Secretaria Municipal de Saúde pela bagatela de R$ 12,7 milhões. Por pressão do vereador Djalma Araújo (SD) e do Ministério Público, o contrato foi suspenso.
Edilberto Dias afirma que a Controladoria do município fez um levantamento dos contratos anteriores e não encontrou problemas nas licitações. “Tem empresa que é assim, participa de licitações para vários tipos de serviço”, justifica.
No entanto, o fato é que o próprio Edilberto, segundo O Popular, recomendou a rescisão do contrato das telas e admitiu “estranhar” um valor tão alto para uma empresa pequena.