Reza uma lenda sobre as eleições para prefeito de Goiânia que a cidade demanda um prefeito com perfil de gestor ou tocador de obras.
É uma piada.
Basta olhar o histórico das eleições em Goiânia. Nos últimos 20 anos, ou mais, o único prefeito eleito com base em um perfil de gestor ou tocador de obras foi Iris Rezende. Os demais não passam nem perto: Nion Albernaz, Darci Accorsi e Pedro Wilson, professores, e Paulo Garcia, médico, que ao chegar ao cargo não tinham no currículo sequer uma experiência de administração de carrinho de picolé.
O mesmo argumento está sendo usado agora para afastar o deputado Delegado Waldir das cogitações do PSDB para ser o candidato do partido a prefeito, a partir da sua extraordinária votação na capital, nas últimas eleições, quando faturou espetaculares 170 mil votos para deputado federal, um recorde absoluto – número igual, por exemplo, ao que Vanderlan Cardoso obteve para governador em Goiânia.
Delegado Waldir é gestor? Não. Nem Nion, Darci, Pedro Wilson ou Paulo Garcia eram.
É uma bobagem alegar que existe alguma exigência de perfil administrativo para a Prefeitura de Goiânia.
O que se exige é sensibilidade política. E Delegado Waldir, com os seus votos e conexão popular, tem de sobra.