A obsessão com um ajuste fiscal foi a nota dominante do período em que o secretário da Fazenda Jorcelino Braga e o governador Alcides Rodrigues comandaram o Estado. O resultado foi desastroso: uma administração que não deixou nenhum legado minimamente interessante para o povo goiano.
Isso porque é óbvio que ajuste fiscal não é política de governo e sim um instrumento de gestão que, aliás, deveria ser exercitado o tempo todo, ao mesmo tempo em que as metas que de fato interessam à economia e à sociedade são perseguidas – que, em última análise, se resumem ao crescimento e ao desenvolvimento.
É assim que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, depois de totalmente dominado pelo tema do ajuste, evoluiu e agora está focado, como não poderia deixar de ser, na consolidação de um quadro fiscal positivo, porém como ferramenta subjacente a uma agenda de longo prazo, que é o que realmente importa.
Em Goiás, o governador Marconi Perillo começou o seu quarto mandato falando em ajuste fiscal, diante do cenário de recessão que tomou conta do país e que obrigou todos os Estados a procurar uma acomodação diante da nova situação.
Mas, Marconi já caminhou para a frente. Hoje, o governador inaugura obras, lança outras, lidera um movimento nacional pela projeção da região Centro-Oeste no contexto nacional, prepara uma revolução na Educação com a adoção do modelo de gestão por Organizações Sociais e deve lançar no mês que vem um programa de inovação tecnológica para as empresas com ênfase para a formação qualificada do trabalhador goiano.
É uma agenda pra lá de positiva, que não é acompanhada pela secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, sete meses depois do início do governo ainda acuada pelo clima pessimista que ela mesmo criou ao não virar o disco do ajuste fiscal e insistir nessa tecla como política pública dominante.
Não é nem deveria ser. O ajuste fiscal é apenas parte de um projeto maior, voltado para a manutenção do crescimento e a expansão da economia. Já passou de hora de ser colocado no seu devido lugar.