Os bastidores das conversações que levaram à decisão do governador Marconi Perillo de reajustar em 105% os honorários dativos (que é a remuneração dos advogados que atuam representando pessoas pobres) revelam que o atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção de Goiás, Enil Henrique, fez uma aposta errada ao acreditar que arrancaria uma solução na base da pressão e do confronto.
Enil Henrique incentivou a advocacia dativa a paralisar os serviços – e esperou que o governo, para não deixar centenas de pessoas de baixa renda sem atendimento jurídico, seria obrigado a atender ao pleito de aumento dos honorários dativos.
Não funcionou. Não só o governador Marconi Perillo, mas qualquer governante detesta decidir sob ameaças ou chantagem. Enil Henrique chegou até a marcar uma audiência em Palácio, que teria acontecido sob clima frio e sem perspectiva de solução para o problema.
Mas o impasse acabou resolvido – pelas mãos do conselheiro da OAB-GO, Flávio Buonaduce, que também é candidato da OAB Forte à presidência da entidade. Ele abriu diálogo dos advogados com o governador e em uma audiência a que compareceu acompanhado pelos dirigentes das subseções da Ordem, colheu a boa notícia e mais um pouco: além do aumento de 105%, Marconi aceitou a sugestão de mandar um projeto para a Assembleia, estabelecendo que parte das receitas dos cartórios será reservada para o pagamento desses honorários, o que evitará atrasos no futuro.
E o candidato da oposição à OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva? Este, assistiu de longe, omitindo-se completamente. Vai ver estava ocupado preparando as feijoadas marqueteiras para catar votos no interior.