O deputado federal Daniel Vilela montou uma superassessoria de comunicação, com jornalistas tirados da redação de O Popular a peso de ouro, com o objetivo de compor uma imagem positiva e se transformar, para o PMDB, em 2018, no que Marconi Perillo foi para o PSDB em 1998: um candidato jovem, de renovação, capaz de enfrentar e derrotar o até então todopoderoso Iris Rezende.
Daniel Vilela acha que pode vir a ser governador de Goiás – meio que se valendo só do fato de ser filho de um outro governador, Maguito Vilela. Ele sairia em 2018 como um fato novo, assim como Marconi o foi em 2018. Mas ele se esquece de que o tucano, quando se candidatou pela primeira vez, vinha de uma trajetória parlamentar de destaque, como um político de posições duras, porém repleto de conteúdo e muito bem preparado – algo muito acima do que o oposicionista radical tosco que Daniel Vilela é hoje.
Marconi, quando estava na oposição a Iris, ganhou notoriedade por comandar a estruturação de um plano para o futuro do Estado, que ganhou o nome de “Goiás Século 21”. Lembra a jornalista Fabiana Pulcineli, em um artigo publicado em O Popular, que o plano embasou a candidatura de Marconi em 1998 e acabou ajudando na histórica vitória que teve sobre o PMDB.
Na época, Marconi dizia que a fixação com ataques e ofensas e combate a nomes era estéril e que, com lastro em ideias e propostas, a oposição poderia vencer até mesmo o imbatível Iris ou então a candidatura à reeleição do governador Maguito Vilela. O jovem Marconi propôs então a união da oposição goiana “não em torno de pessoas, mas de propostas e projetos para Goiás”, conforme suas palavras textuais publicadas pelo jornal O Popular na edição do dia 15 de abril de 1997 – fato rememorado pela repórter Fabiana Pulcineli em seu artigo. Fabiana relata que, “após propor a união da oposição com base em ideias, Marconi e seu grupo partiram para a elaboração de um planejamento de Governo, intitulado ‘Goiás Século 21′, batendo na tecla da ousadia, da modernidade, do crescimento econômico do Estado, de novas práticas políticas, do novo. Em seguida, foram discutir esse plano com a sociedade, sob a liderança de Marconi.O resultado é que a oposição venceu as eleições de 1998, mesmo enfrentando o mais forte dos candidatos peemedebistas, o próprio Iris”.
Esse texto entre aspas, vale repetir, não é do Goiás 24Horas, mas da jornalista Fabiana Pulcineli e deveria servir de lição para Daniel Vilela.