A prefeitura de Goiânia tentar colocar um ponto final em um dos maiores escândalos da administração do prefeito Paulo Garcia (PT) com uma solução absurda: responsabilizou as merendeiras pelo sumiço da merenda dos alunos da rede pública de ensino.
Em depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal nesta quarta-feira, o ex-diretor do Departamento de Alimentação Educacional (Dale) da Secretaria Municipal de Educação Wesley Batista da Silva chegou a afirmar que o problema é pontual e restrito a algumas escolas, sugerindo que há também “meliantes” que agem na vizinhança durante o fim de semana.
Wesley e mais quatro servidores são alvos de processo administrativo aberto por comissão que investiga possíveis desvios da merenda.
Foram os vereadores Elias Vaz (PSB) e Djalma Araújo (SD) os primeiros a alertar para o possível desvio de 190 quilos de carne. Em novembro de 2014, por exemplo, a secretaria informou que adquiriu 101.330 quilos de carne bovina, no entanto, apenas 56.935 quilos foram efetivamente entregues. Ou seja, quase 50% desses alimentos não chegaram às unidades de ensino.
Averiguou-se também uma compra de 71.372 quilos de coxa e sobrecoxa de frango, ao passo que as escolas teriam recebido apenas 11.395 quilos. Já a diferença entre o adquirido de peito de frango, 25.735 quilos, e o entregue, 9.933 quilos, supera a marca de 60%.
O prefeito Paulo Garcia (PT) continua calado e ainda não comentou o escândalo. A secretária de Educação, Neyde Aparecida, continua no cargo.