Os desmandos do ex-governador Iris Rezende (PMDB) e do prefeito Paulo Garcia (PT) transformaram a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) em um verdadeiro celeiro de réus em ações do Ministério Público. Ciente deste problema, o novo presidente do órgão, o advogado Edilberto de Castro Dias, tomou posse nesta sexta-feira com a seguinte promessa: “Não vou sair daqui processado”.
Parece um compromisso singelo, posto que honestidade deveria ser pressuposto para agentes públicos. Mas não é. O caso emblemático da atual administração é Luciano Henrique de Castro, que teve de ser praticamente arrastado pelo Ministério Público para se desfazer da cadeira de presidente da companhia, por envolvimento com uma quadrilha especializada em fraudar licitações. E mesmo quando saiu, gozou por mais um ano de um gordo salário pago pela Comurg (com dinheiro do contribuinte).
O antecessor de Edilberto é Ormando Pires Júnior, que no primeiro dia do mês de julho deste ano foi condenado em ação da Justiça que resultou no bloqueio de R$ 8 milhões em bens de diretores da companhia. O promotor Fernando Krebs sustentou que Ormando autorizou e viabilizou a contratação de 129 funcionários fantasmas no órgão, cujo único objetivo era atender o fisiologismo de aliados políticos (clique aqui para ler reportagem do jornal O Popular sobre o assunto).
Antes de Ormando e Luciano, quem passou pela Comurg foi Paulo de Tarso. A breve carreira pública de Paulo de Tarso se encerrou com a inesperada derrota em eleição para deputado estadual em 2014, a despeito da fortuna que ele gastou na campanha. Mas além de péssimo político, Paulo é também um gestor bastante questionável. Ele responde por improbidade administrativa, junto a outros sete réus, por fraude em licitações no órgão municipal. Consta dos autos que os gestores da Comurg e de pastas da Prefeitura de Goiânia permitiram o sucateamento dos veículos, de forma combinada com a empresa contratante, e, valendo-se da “emergência fabricada”, firmaram contrato para locação de 25 caminhões, sem o devido processo licitatório. O valor dos bens bloqueados de Paulo de Tarso e dos demais réus ultrapassa R$ 18 milhões.
Infelizmente, a verdade é que, se conseguir sair da Comurg sem um processo nas costas, Edilberto já terá feito muito mais do que os homens que o antecederam, porque denúncias de corrupção e improbidade são a regra que pauta as administrações de Paulo Garcia (PT) e Iris Rezende (PMDB).