Em declarações ao Jornal Opção, o deputado federal Daniel Vilela, do PMDB, que está em Paris com passagens, hospedagem e despesas pagas pelo Congresso Nacional, isto é, com dinheiro do contribuinte, confessa que não entendeu o programa Inova Goiás – a grande marca do quarto mandato do governador Marconi Perillo.
“ O Inova Goiás, ninguém conseguiu entender ainda de que se trata”, diz textualmente Daniel Vilela, admitindo também, logo a seguir, que “é importante avançar tecnologicamente”.
Mas, coitado: a USP, a maior universidade do país, entendeu claramente o que é o Inova Goiás e emprestou o seu peso acadêmico ao programa, conforme reiterou em seguidas visitas a Goiânia o presidente da Agência USP de Inovação, professor Vanderlei Bagnato.
Se Daniel Vilela não entendeu o Inova Goiás, é porque, antes disso, não sabe o que é inovação – hoje a principal ferramenta para elevar a produtividade da economia, melhorando o rendimento das empresas e estimulando os ganhos salariais dos trabalhadores.
O que é inovação? Simples, deputado Daniel Vilela: é quando uma nova tecnologia é apropriada pelo setor privado, refletindo-se em ganhos para a racionalização da produção e sua realização em condições de maior eficiência.
Daniel Vilela não entendeu o Inova Goiás porque, na sua cabeça, governos têm de intervir diretamente na economia, ao contrário do programa, que estabelece mecanismos de associação entre o poder público, as universidades e o empresariado, esparramando em todo o Estado centros de excelência em tecnologias para as áreas características de cada região – como o polo metalmecânico de Catalão, por exemplo, ou o polo de energias alternativas de Luziânia, outro exemplo.
Em um pronunciamento ao tomar posse como membro do Conselho Siuperior de Inovação do Estado de Goiás, o empresário Cristiano Roriz Câmara, presidente do Grupo Jaime Câmara, disse que havia aceitado o convite para assumir a função exatamente por enxergar no Inova Goiás a proposta de um Estado que induz e não que opera ou intervém diretamente na economia. Cristiano Roriz Câmara entendeu o Inova Goiás.
Daniel Vilela ainda não.