A prefeitura de Goiânia é dona de áreas públicas que, com o passar do tempo, deveriam ser utilizadas para a construção de escolas, postos de saúde e outros prédios destinados à prestação de serviços à população. Ocorre que o prefeito Paulo Garcia (PT), em apenas um mês, tomou duas decisões que vão desidratar significativamente este banco de áreas à disposição do município. E isso preocupa – ou pelo menos deveria preocupar – o goianiense.
No começo de janeiro, Paulo mobilizou a bancada de vereadores aliados e conseguiu aprovar, na Câmara, um projeto que o autoriza a vender seis áreas enormes e bem localizadas. O dinheiro arrecadado com os leilões será utilizado para cobrir o rombo milionário do Instituto Municipal de Assistência Social (cabe aqui um parênteses: qual a origem deste rombo? Possivelmente tem a ver com a herança maldita de Iris Rezende, mas Paulo Garcia nunca trouxe a verdade à tona).
O segundo passo da prefeitura no sentido de se desfazer do seu patrimônio imóvel foi o envio de um projeto de lei que cria “Ecopontos” espalhados na cidade. A proposta é usar áreas públicas hoje desocupadas para o descarte de entulhos. Na prática, significa que a prefeitura deseja criar mini-lixões em vários bairros de Goiânia.
O projeto está eivado de falhas. A primeira delas, já dita, diz respeito ao uso de áreas que deveriam ser utilizadas para construção de creches e postos de saúde. A segunda veio à tona em audiência pública realizada esta semana na Câmara Municipal: a Comurg deixou claro que não há estudos de impacto ambiental que balizem a proposta.
Por fim, mas não menos importante, existe o problema relacionado à destinação deste entulho. A Comurg e o prefeito Paulo Garcia, até aqui, só abordaram a questão do descarte do lixo. Nenhuma palavra sobre a a destinação. Se bom senso e seriedade não fossem artigos em falta na administração municipal, certamente a administração já teria posto à mesa a ideia de se criar usinas de reciclagem para o reaproveitamento do material descartado.
O entulho acumulado vai causar desconforto e mau cheiro para milhares de famílias em Goiânia. Além de desvalorizar lotes vizinhos, se transformará também em potencial foco para reprodução do mosquito da dengue, que adora pneus, calhas, caixas e outros recipientes onde a água se acumula.
Em síntese, mais uma ideia idiota da gestão do PT para Goiânia. Torçamos para que pelo menos esta não vá para frente.