A invasão criminosa da sede da Secretaria de Educação no começo da noite desta terça-feira é o último ato de um movimento forjado em interesses partidários, dedicado a minar a administração do governador Marconi Perillo (PSDB). Um movimento que perdeu o apoio popular no momento em que a comunidade percebeu que as pessoas envolvidas nele nunca estiveram verdadeiramente preocupadas com a qualidade do ensino público.
Os líderes que organizaram a ocupação de 27 escolas desde o começo do mês de dezembro preparavam-se para o enfrentamento com as forças policiais do Estado. Não cogitaram, nem no pior pesadelo, que chegaria o momento em que seriam obrigados a enfrentar os pais dos alunos, revoltados com a perspectiva de ver os próprios filhos perderem o ano letivo porque um grupelho de gatos pingados – alguns deles com tornozeleira eletrônica – estava consumindo drogas no interior das escolas.
Julgando-se bem quistos pela população, estes neofascistas expulsaram a secretária de Educação, Raquel Teixeira, aos gritos, da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde deveria acontecer um debate sobre o modelo de gestão por OSs proposto pelo Estado. Alguns dias depois, os expulsos foram eles: comitivas de pais exigiram a desocupação de oito escolas em 48 horas.
O grupo sabe que a desocupação das outras unidades é questão de tempo. O exemplo dos pais de alunos do Colégio Estadual Ismael Silva, no Bairro Vitória, região Noroeste de Goiânia, logo vai estimular outras famílias a exigirem que as escolas de seus bairros também voltem a funcionar. Foi por isso que, encapuzados, eles foram constranger Raquel Teixeira. Foi o último ato destes criminosos, agora desesperados. A festa deles acabou.