A noite do dia 26 de janeiro foi longa para Neto Laranjeiras, filho de uma das servidoras mantidas em cárcere privado por manifestantes encapuzados que invadiram a Secretaria de Educação por volta das 18 horas, com facas na mão.
“Vivi uma noite de verdadeiro terror”, desabafou Neto no Facebook por volta das duas da manhã, depois de acompanhiar a mãe, a jornalista Régia Laranjeiras, até a delegacia para registrar boletim de ocorrência.
Veja aqui o post de Neto:
Neto Laranjeiras
9 h ·
Vivi uma noite de verdadeiro terror com a ocupação da Secretaria da Educação por baderneiros contrários ao projeto de implantação de Organizações Sociais. Sim, não são manifestantes. São baderneiros criminosos e extremistas. Invadiram a Secretaria com panos tapando o rosto, gritando palavras de ordem, xingamentos, inclusive homofóbicos, jogaram pó químico em corredores e salas para apagar impressões digitais e tentaram invadir pela janela, utilizando um “chucho”, o gabinete da Secretária. Desacataram e mantiveram 10 servidores em cárcere privado, dentre eles minha mãe, funcionária concursada do Estado, por quase 5h. A saída dos servidores precisou ser negociada e foi escoltada pela Polícia Militar, debaixo de gritos e xingamentos de toda natureza. São quase 2h da manhã…acabo de chegar em casa, vindo da Delegacia, onde os acompanhei para registro dos boletins de ocorrência.
Como presidente do Conselho Estadual da Juventude (CONJUVE) venho acompanhando de perto esse assunto há cerca de 60 dias. Não só acompanho, mas com a ajuda dos colegas de Conselho, temos auxiliado ambas as partes em suas conversas e interlocuções. Mas, hoje, me senti verdadeiramente triste, assustado e agredido com essa situação, seja como presidente do CONJUVE que deve cumprir o papel institucional necessário (daqui a pouco inclusive, as 9h, temos reunião com o Secretário de Segurança Publica para tratar das desocupações que foram determinadas judicialmente), seja como filho de servidora agredida no exercício de suas funções ou como cidadão. Debater, manifestar, dialogar, ser contrário, são situações amparadas por lei. O que ocorre nitidamente, é que grande parte desse pessoal, não quer diálogo. Quer, exatamente, o que ocorreu hoje na Secretaria: tocar o terror. A sociedade goiana não pode coadunar com essa situação. Espero, sinceramente, que haja somente debates qualificados daqui pra frente, de alto nível e entre as partes realmente envolvidas (gestores, professores e alunos de escolas estaduais). Chega de politicagem suja e oportunista!