A partir deste domingo, o jornal O Popular deixa de circular em seu tradicional formato standard e se transforma em tabloide – uma mudança que deve ter mexido com os brios do Grupo Jaime Câmara para ser assumida.
Apesar do esforço para caracterizar o tamanho reduzido como um avanço e um “pedido” dos leitores, a verdade é que se trata de um melancólico reconhecimento de que O Popular foi atingido na testa pela internet e pela popularização – sem trocadilhos – do seu acesso via smartphones.
A desculpa oficial, vendida em dois editoriais, é que o formato tablóide, bem menor, a que se atribuiu o sofisticado nome de “berliner”, é mais moderno e “ergonômico”, como se alguns centímetros a menos pudessem oferecem maior facilidade de manuseio de um jornal – que é lido com os olhos e não com as mãos.
Por trás de tudo isso, existe uma clara tentativa de redução de custos, para fazer face à nova realidade que esvazia o faturamento dos veículos de comunicação em todo o mundo: se temos a internet, quem é que aguenta ler hoje as notícias velhas e já pormenorizadamente sabidas desde ontem?
O Popular, em papel, não tem futuro. Virão outras “reformas” e, depois, o fim do jornal.