Em Goiás, estudantes e artistas fizeram os seus protestos, na semana passada, de uma forma violenta e perigosa para a sociedade e para o patrimônio público e privado.
Estudantes do Ensino Médio foram à Praça Cívica, em pequeno número, é verdade, mas atirando coquetéis molotov em ônibus, queimando pneus para bloquear o tráfego e jogando pedras contra a polícia.
Muitos estavam encapuzados. Dois foram presos – e se verificou que não eram secundaristas, mas universitários. O motivo do protesto, que acabou relegado a quase nenhum destaque nas notas que priorizaram os atos de violência, seria a decisão do governo do Estado de incluir as organizações sociais na gestão da Educação em Goiás.
Ao mesmo tempo, “artistas” e “produtores culturais” goianos invadiram o prédio do Iphan, órgão federal que cuida da proteção ao patrimônio histórico nacional, para protestar contra a extinção do Ministério da Cultura. Não, ninguém mostrou a bunda, como ocorreu em um outro protesto de “artistas” e “produtores culturais” também em Goiânia, no ano passado.
O que é intrigante é que ninguém – nem os tais estudantes da Praça Cívica nem os “artistas” e “produtores culturais” do Iphan – apresentou qualquer ideia ou argumento para as ações. Nenhum manifesto foi distribuído. Não havia líderes identificados nem muito menos uma pauta de reivindicações detalhada.
Ou seja: a vanguarda intelectual goiana, formada por estudantes e o povo dos movimentos culturais, renunciou à trincheira que é sua por direito e tradição – o debate de ideias e a exposição de argumentos. Em troca, adotou as invasões, bombas e pneus incendiados em vias públicas, ameaçando a segurança dos cidadãos e o patrimônio público e privado.
Isso, sim, é golpe contra a democracia.
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