Em mais um capítulo da briga esquizofrênica que pôs em xeque o papel de protagonista do PMDB em Goiás, o deputado estadual José Nelto avisou à ex-deputada dona Iris que, se ela quer exercer o direito e falar o que quer, “também terá de ouvir o que não quer”. Ele também chamou de “brincadeira” o fato de a ex-deputada ter dito que o PMDB fechou portas ao marido dela, o ex-governador Iris Rezende. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Jornal da Manhã, da rádio 107,3 FM, nesta quarta-feira.
A troca de ataques, que existia nos bastidores há muitos meses, veio à público na última terça-feira porque o deputado disse à coluna Giro, do jornal O Popular, que Iris devia muito ao PMDB e que, por isso, teria de ir às ruas de Goiânia pedir votos para o candidato a prefeito que o partido escolhesse. Dona Iris, por sua vez, comparou José Nelto a um “elefante em loja de louça” e demonstrou estupefação com o colega: “Oi? Será que eu li direito? Agora é “na marra”? Este é o espírito democrático do novo comando do PMDB? É o PMDB que deve a Iris, e não o contrário”.
Dona Iris transformou o seu Twitter em flanco de ataque aos seus adversários internos no partido, capitaneados pelo deputado federal Daniel Vilela, desde que Iris anunciou aposentadoria, com insinuações claras de que o fim da carreira política do marido estava relacionado a atos de sabotagem praticados pelo grupo rival contra a candidatura do velho cacique a prefeito de Goiânia. A Daniel, por exemplo, ela sugeriu que ele “cresça e apareça”. Ao pai dele e prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, dona Iris pediu que parasse de escrever cartas com elogios a Iris porque, na prática, ele o prejudica e o trata mal o tempo todo.