O confronto entre candidatos a prefeito de Goiânia promovido pela rádio Interativa, na manhã desta segunda-feira, não contrapôs apenas dois estilos diferentes de fazer política, mas dois postulantes que vivem momentos distintos na eleição: Iris Rezende (PMDB), o favorito, tenso com a possibilidade de perder uma disputa que parecia ganha; e Vanderlan Cardoso (PSB), leve, sereno, propositivo e firme nas suas posições.
Em uma hora de debate franco, Vanderlan teve êxito na missão de desconstruir o discurso do adversário. Cobrou-o pelos ataques que tem sofrido nos últimos dias, questionou-o por promessas não-cumpridas como a de resolver o transporte coletivo em seis meses, jogou luz sobre a personalidade do vice do PMDB (Major Araújo) e tratou da delicada possibilidade de ele, Major, vir a administrar Goiânia durante a maior parte do mandato, que é real.
Nervoso, Iris perdeu a linha mais uma dezena de vezes. A mais curiosa delas talvez tenha sido quando Vanderlan debitou na sua conta o fato de Paulo Garcia ter administrado a cidade por seis anos: “Não fui eu que coloquei ele lá na prefeitura. Foi o povo”, respondeu Iris, orientado de perto pela jornalista Lênia Soares, ex-repórter do Diário da Manhã.
O candidato do PMDB pensou que constrangeria Vanderlan ao questioná-lo sobre o apoio que recebeu do governador Marconi Perillo (PSDB), mas o candidato do PSB, sereno, deu um baile no ex-governador. Vanderlan respondeu que as parcerias administrativas serão importantes para Goiânia e que, apesar delas, não abrirá mão do seu próprio estilo de trabalhar. “Vamos gerir a cidade com independência”.
Houve um claro vencedor no debate. Quem ouviu – ao assistiu, via Facebook – haverá de concordar com esta avaliação. E foi Vanderlan. A assessoria de Iris tinha razão ao temer o confronto e tentar sabotar a iniciativa da rádio Interativa FM. O PMDB tomou o seu 7 a 1.