Em uma extensa reportagem, nesta quinta, o jornal Valor Econômico, o de maior importância do país em matéria de economia, afirma que o ex-deputado federal goiano Sandro Mabel, ao ocupar no Palácio do Planalto a função de assessor do presidente Michel Temer, sem “nunca ter sido nomeado para o cargo que exerce”, pode estar cometendo crime definido no Código Penal.
“O artigo 328 do Código Penal tipifica como crime de usurpação da função pública o ato praticado por alguém que, não estando na posse de cargo público, pratica atos a ele reservados”, esclarece o Valor Econômico.
O jornal acusa Sandro Mabel de trabalhar como “lobista” de empresas que querem escapar às punições da Operação Lava Jato, depois de flagradas cometendo crimes de corrupção, através dos chamados “acordos de leniência”.
A assessoria de comunicação do Palácio do Planalto encaminhou nota ao Valor Econômico, explicando a situação “funcional” de Sandro Mabel. Diz o jornal: “A explicação colhida na assessoria de comunicação da Presidência é que o ex-deputado, a despeito de ter vendido para a PepsiCo, há cinco anos, a fábrica de biscoitos, sétima maior do país, por um valor estimado, à época, em R$ 800 milhões, não quis se afastar dos negócios que ainda mantém”.