A seis dias da eleição que reconduziu o prefeito Paulo Garcia (PT) ao cargo, a jornalista Fabiana Pulcineli escreveu um texto profético. Ela disse: “nunca os setores imobiliário e de construção civil estiveram tão articulados para investir em campanha por aqui. Tudo a ver com um assunto pouco falado durante os três meses de campanha eleitoral: a revisão do Plano Diretor da cidade”.
Dito e feito. Fabiana prenunciou o futuro nebuloso da cidade. Quatro meses depois de reempossado, Paulo Garcia enviou à Câmara dos Vereadores um dos projetos mais esdrúxulos que já tramitaram no Legislativo. Um projeto que afrouxou o Plano Diretor de maneira escandalosa e entregou Goiânia nas mãos do mercado imobiliário. Feitas as mudanças, prédios e mais prédios poderão ser construídos a torto e à direito, sem qualquer preocupação com restrições ambientais ou impacto de vizinhança.
“Um dos filões seria o adensamento da região Norte, que tem áreas apetitosas para o setor”, continuou a surpreendente Fabiana. “‘Vão forçar a barra na expansão sem critérios, nas facilidades de licença ambiental, na influência da Câmara no processo de revisão’, prevê um vereador que disputa a reeleição. É uma mina de ouro, define o outro”.
A mina de ouro foi finalmente entregue às imobiliárias. Paulo Garcia cumpriu seu compromisso.
Acesse aqui a íntegra do artigo de Fabiana Pulcineli.
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