Nove entre dez pessoas que circulam no meio político de Goiânia concordam que o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), montou um secretariado Tabajara.
Apesar de dizer que não tem o direito de errar, porque já é experiente e está no seu quarto mandato de prefeito, Iris ressuscitou políticos cujo fim havia sido decretado pelas urnas, como Célia Valadão e Samuel Almeida; prestigiou fichas-sujas como Kleber Adorno; empregou gente suspeita de corrupção, como Luiz Felipe Gabriel; e abrigou políticos que mal agregam o voto da própria família, como Rodrigo Melo e Alexandre Magalhães.
Passe a régua, leitor, e verá que a chance que Iris tem de obter sucesso com uma equipe brancaleônica como esta é pequena.
Além de escolhas fracas do ponto de vista técnico, os ungidos por Iris Rezende também desagradaram aliados históricos, que com ele caminharam na campanha eleitoral de 2016. É o caso do PDT, do vereador Paulinho Graus, do PRP, do publicitário Jorcelino Braga, e de Filemon Pereira, que esperava a Secom e recebeu, como prêmio de consolação, uma tal Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas.
Em alta, no Paço Municipal, estão o novo presidente da Comurg, Denes Pereira, que há até poucos dias era unha e carne com o empresário Júnior Friboi, desafeto de Iris; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Macxuwell Novais, coordenador da campanha de Vanderlan Cardoso (isso mesmo!) a prefeito em 2016; Alexandre Magalhães (Agetul), que também pediu votos para Vanderlan; e Felisberto Tavares, o novo todo-poderoso da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), que no ano passado caminhou com Delegado Waldir.
Vende-se a ideia de que, entre todos os secretários escolhidos, a grande aposta é Fátima Mrué, na Saúde, por ser uma profissional reconhecida no exterior. Cheira mal, muito mal essa história, porque nos faz lembrar o que o ex-prefeito Paulo Garcia disse quando trouxe Patrícia Veras de São Paulo para arrumar o trânsito de Goiânia na SMT, em 2013. Patrícia foi um enorme fracasso. Primeiro, porque não existem salvadores da pátria e, segundo, porque pessoas alheias ao mundo da política, como Patrícia e Fátima Mrué, raramente sobrevivem nesta selva.