O deputado federal Daniel Vilela, do PMDB, defende ardorosamente uma aliança do seu partido com o PT, com vistas à formação de uma chapa para a eleição de 2018 – obviamente ele, Daniel, para governador, e um petista para a vice.
Segundo os jornais, esse petista seria o ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, que foi eleito vereador e, sondado, teria mostrado entusiasmo com a possibilidade de compor a chapa com Daniel Vilela.
A solução, em vez de fortalecer, enfraquece a postulação do filho de Maguito Vilela. Motivos não faltam: 1) as últimas eleições mostraram que os votos petistas praticamente desapareceram em Goiás; 2) claro, o motivo da orfandade do PT nas urnas é a identificação do partido e dos seus membros com a corrupção desenfreada; e 3) nem o próprio Gomide, que era tido como bom de voto, conseguiu transferir prestígio eleitoral para o seu candidato em Anápolis, onde João Gomes, pelo PT, foi derrotado pelo desconhecido Roberto Naves, do PTB.
Como o PMDB é o segundo partido brasileiro mais enrolado nas investigações de malfeitos, depois do PT, campeão absoluto, a união dos dois partidos, em Goiás, pode significar um tiro pela culatra: em vez de salientar os benefícios, vai chamar atenção para o lado negativo que ambas as legendas ostentam.
Quer dizer: uma chapa com Daniel Vilela na cabeça e Antônio Gomide na vice pode ser vista, do ponto de vista do jogo dos partidos, como casamento do sujo com o mal lavado.