O economista Fernando Safatle, que atuou no planejamento do governo Henrique Santillo e chegou a ocupar a Secretaria de Planejamento, publica artigo no Diário da Manhã, nesta quinta-feira, reclamando da pobreza do debate iniciado pelos candidatos que pretendem disputar o governo do Estado em 2018.
Ele não poupa nem governistas nem oposicionistas. “Marchamos para as eleições de 2018 com um vazio estonteante de ideias e propostas. Nem a situação e nem a oposição vão apresentar nada de novo e vai com certeza prevalecer a indigência teórica como regra”, diz Fernando Safatle.
O economista explica que, “pelo pouco que entendo de política, as alianças são feitas em cima de um projeto e nesse caso, como ninguém tem projeto de sociedade e nem projeto estratégico para o
Estado, o que vai prevalecer, em ultima instância é o projeto de poder mesmo. E só”.
E o arremate:
“O PMDB sempre menosprezou os formuladores, os intelectuais orgânicos nunca tiveram espaço em suas hostes partidárias. O PT também não deu espaço e não privilegiou a formulação de um projeto estratégico nem para as cidades que governou, haja vistas a que aconteceu em Goiânia e muito menos conseguiu formular um projeto para Goiás. E é fato que a ausência de formuladores na base de apoio do governo Marconi esgotou o manancial de ideias e criatividade na capacidade de governar. Não existe mais uma entourage capaz de turbinar o governo. A fonte de ideias acabou se concentrando nele mesmo, no próprio Marconi”.