Se o leitor prestar atenção, vai acabar se lembrando que os problemas que afligem o atendimento municipal de Saúde, cujo grosso ocorre nos Cais da prefeitura, estão crescendo há mais de 10 anos, sem solução. E se agravando a cada dia.
E isso desde que Iris foi prefeito, nos idos de 2004. Na mesma época, registravam-se os contratempos na rede de hospitais do Estado, que, no entanto, sofreram uma guinada radical ao serem revolucionadas através de uma mudança radical na concepção do sistema, com a introdução do processo de gestão através das organizações sociais.
Goste-se ou não do governador Marconi Perillo, o fato é que a sua determinação em entregar os hospitais do Estado às OSs deu certo e transformaram Goiás em exemplo para o Brasil. Despareceram as manchetes relativas ao mau atendimento.
Na saúde municipal, é urgente uma mudança drástica, no mínimo parecida com a que viabilizou as unidades hospitalares estaduais. Seriam as OSs? Seria um novo modelo qualquer? Sim, algo precisa ser feito. Não adianta colocar uma cientista médica na Secretaria Municipal de Saúde, como a doutora Fátima Mrué, ou um sindicalista como o doutor Fernando Machado, da época de Paulo Garcia. Não adianta. Não funciona.
É preciso admitir que a estrutura atual é podre, carrega em si mesmo as condições para a sua inviabilidade e não dá resultados, penalizando a população. Uma abordagem convencional, como a de Iris Rezende, com os olhos voltados para o passado, nunca vai oferecer respostas satisfatórias.