Está abaixo da crítica da reportagem principal do jornal O Popular desta terça-feira, que aborda a morte do pedreiro Lindomar por falta de UTI em Goiânia. A reportagem não teve sequer o cuidado de ouvir o Ministério Público Estadual. Se o tivesse feito, teria mudado completamente o curso da matéria, porque o saberia que o promotor Érico de Pina Cabral investiga Hospital Geral de Goiânia (HGG) e Santa Casa por suspeita de “esconder” leitos cadastrados no Sistema Único de Saúde.
Os jornalistas Thalys Alcântara e Rosana Melo (esta sim, experiente, mas que comeu poeira desta vez) resumiram-se a ouvir o superintendente de Regulação da Capital Glaydson Jerônimo, que chorou as pitangas por falta de leitos suficientes em Goiânia. Se tivessem assistido à reportagem que a TV Anhanguera fez sobre o assunto, os repórteres teriam sido informados que Glaydson é acusado pelo Ministério Público de não fazer auditoria períodica nos leitos cadastrados de UTI e de ser complacente com hospitais que “escondem” vagas para atendimento (à espera de pacientes em estado gravíssimo, que rendem mais lucros à equipe médica).
Como não o fizeram, Thalys e Rosana resumiram a matéria ao blá-blá-blá da superintendência de Regulação (que é quem distribui os pacientes entre os leitos disponíveis) e à queixa da familiares de Lindomar, que reclamam da qualidade do serviço prestado pelo Samu. Fraco, muito fraco.