Recém-chegado à Câmara Municipal de Goiânia, o vereador Paulo Daher (DEM) teve uma estréia lastimável no seu primeiro debate público, nesta quarta-feira: Daher, que é aliado do senador Ronaldo Caiado (DEM), apresentou um projeto para fazer média com seu tutor político e tomou uma surra histórica dos colegas, que o mandaram procurar professores de História para que, no futuro, fale menos bobagens.
A proposta é de criação de uma medalha com o nome do ex-senador Emival Caiado, filho do ex-governador Totó Caiado, para homenagear pessoas que combatem a corrupção. Tatiana Lemos (PCdoB) tomou o microfone para questionar a sanidade mental de Daher e disse que a Câmara jamais deverá homenagear políticos que, como Emival, marcharam ao lado dos militares na ditadura.
Foi uma enquadrada que deixou o vereador zonzo. Ele ameaçou reagir, dizendo que Tatiana não podia fazer este questionamento porque tem um pôster de Che Guevara no seu gabinete e é filiada ao PCdoB. Afirmou também que nunca a encontrou no gabinete para mostrar a biografia de Emival e provar que era um bom homem. A resposta dela merece ser reproduzida na íntegra: “O senhor me respeite. Nunca marcamos nada no meu gabinete e, a partir de agora nunca marcaremos. É um grosso, mal educado e que não merece respeito. Nunca mais afronte a memória da minha família e das pessoas que brigaram para que o senhor tenha o direito de estar aqui, hoje, falando suas bobagens”.
Preocupado demais com homenagens e em fazer moral com o chefe Caiado, Daher ainda não apresentou um projeto útil sequer para população de Goiânia.
Emival foi deputado federal (1955 a 1971) e senador (1971 a 1974), assim como o sobrinho. É irmão de Ecival (ex-deputado) e Edenval, pai de Ronaldo. Os três foram filhos do ex-governador Totó Caiado.