José Alfredo Rosendo Coelho é a figura mais curiosa da tragédia que deixou 11 feridos no Parque Mutirama. Rosendo surpreendeu quando chegou ao gabinete do delegado Izaías Pinheiro com um documento estranho, carente de legitimidade, e supostamente por ele assinado há meses. No documento, ele assumia a responsabilidade pela manutenção pelo brinquedo do parque em caráter – vejam só! – voluntário.
É difícil engolir a história de que José Alfredo Rosendo fazia a manutenção voluntária do Parque. Não há quem trabalhe de graça. Para nós, do blog 24 Horas, soa como arranjo de bastidores para limpar a barra do presidente da Agência de Turismo e Lazer (Agetul), Alexandre Magalhães, e do prefeito Iris Rezende (PMDB).
Mesmo que fosse verdade toda a cantilena do trabalho voluntário, ainda assim Iris e Alexandre têm de ser responsabilizados pela tragédia. Continuam a ser, aliás, os principais responsáveis. Iris, pelo poder de guardião dos equipamentos públicos a ele conferido pelas urnas. Alexandre, pelo poder de gestor do parque conferido por Iris.
Ambos jamais poderiam ter aceito que um voluntário qualquer, sem contrato com a administração, fosse designado para cuidar dos brinquedos do Mutirama. O parque é coisa séria. É frequentado por milhares todos os dias, majoritariamente crianças, e se for verdade que Iris e Alexandre entregaram-no nas mãos de um voluntário sem vínculo com a administração… bem, deveria ser caso de cadeia.
Fato é que a figura do engenheiro “voluntário” (sabe-se lá quanto custou este “voluntarismo”) foi criado para salvar Alexandre e Iris. O Popular já engoliu esta conversa fiada. O Opção, não. Tanto é que o jornal denuncia sistematicamente a manobra. A nossa torcida é para que o delegado Izaías não caia nesta chicana.