A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de banir o uso do amianto no Brasil representa um duro golpe na economia de Minaçu, município da região Norte de Goiás que baseia a sua economia na exploração do mineral, cujo potencial cancerígeno já foi cientificamente provado.
Vivem em Minaçu cerca de 30 mil pessoas. “A cidade nasceu com o amianto e sumirá junto com ele”, diz reportagem publicada pela revista Carta Capital em 2013. Aproximadamente 70% dos impostos que a prefeitura arrecada são oriundos da exploração mineral. Os números impressionam: das minas locais saem mais de 300 mil toneladas por ano, 13% de toda a produção mundial. É o terceiro maior pólo produtor de amianto crisotila do mundo, atrás da Rússia (campeã) e do Canadá.
A Sama, que comanda a exploração do minério, instalou-se no município no começo da década de 70, quando a reserva mineral foi descoberta. Trabalham nas minas quase mil funcionários e há, vinculados a ela, 400 prestadores de serviço. O sindicato dos trabalhadores de amianto de Minaçu afirma que este setor emprega 5500 trabalhadores no município e garante a sobrevivência de 20 mil pessoas. Estima-se que, com a decisão do STF, 70% dos moradores podem deixar o município.