O secretário municipal de Governo, Samuel Almeida, atribuiu a uma “complexa questão de sêmantica” a polêmica em torno da informação de que ele teria chamado os vereadores de Goiânia de “burros” e “vendidos”. Convocado à Câmara Municipal, Samuel afirmou que respeita o parlamento porque a sua própria carreira começou como deputado estadual.
“Eu jamais usaria estas palavras para denegrir qualquer vereador. Vocês sabem, esta questão semântica é bem complexa. Imagino que tenha havido mal entendido, porque jamais disse que vereador tem preço e nunca entrei em debate para denegrir alguém. Minha palavra é sempre de conciliação”, afirmou Samuel.
Apesar do contraditório apresentado pelo secretário, os dois vereadores que o ouviram atribuir estes adjetivos aos integrantes desta legislatura, Kleybe Morais (PSDC) e Paulo Magalhães (PSD), confirmaram as suas versões. Paulo inclusive se irritou: “Eu disse ao senhor: ‘olha, vocês precisam de um líder na Casa porque, senão, todos os projetos serão derrubados’. E o senhor respondeu: ‘Quando for preciso, eu chamo um vereador por um e resolvo isso’. Seja homem e admita que falou isso porque eu não sou mentiroso”.
Kleybe também fez o seu relato: “O senhor disse que não estava aparecendo um único vereador inteligente na Câmara e que, se estivesse aqui, estaria deitando e rolando”. O secretário sustentou a sua posição. “Se vocês entenderam de forma divergente do que eu tentei passar, não foi a intenção. Em momento nenhum eu tenho disse que vereador pode ser cooptado”.
A sabatina de Samuel foi marcada não só pela dissimulação do secretário, mas pelo acovardamento de pelo menos seis vereadores que, rotulados com adjetivos desonrosos, pediram a palavra para elogiar o auxiliar do prefeito Iris Rezende (PMDB). Foram eles: Juarez Lopes (PTN), Wellington Peixoto (PMDB), Tiãozinho Porto (Pros), Jair Diamantino (PSDC), Oséias Varão (PSB) e Emilson Pereira (PTN).