Publicado no site GBrasil (clique aqui para acessar)
Coerência não é o forte do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), que nas eleições de 2014 e 2016 criticou os contratos de gestão do Estado com Organizações Sociais (OS) na Saúde e agora cogita terceirizar a Comurg (conforme reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Popular).
O que motiva Iris a querer transferir parte dos serviços da companhia para iniciativa privada é a despesa com pessoal, que soma R$ 26,7 milhões. A Comurg é personagem frequente do noticiário político-policial desde que veio a público a informação de ela paga altos salários a marajás como Ormando Pires Júnior, primo do secretário municipal de Planejamento, Agenor Mariano. Esta casta ganha até R$ 50 mil por mês.
Já faz quatro anos que o escândalo dos marajás explodiu na companhia. Denunciadas pelo vereador Elias Vaz, as irregularidades tornaram-se ampla investigação do Ministério Público e tiveram repercussão nacional. O então presidente da companhia, Luciano de Castro (ligado a Iris), foi afastado e teve seus bens indisponibilizados. O escândalo também atingiu o ex-chefe de Gabinete de Iris, João de Paiva Ribeiro.
ALTO CUSTO
A Comurg tem despesas de pessoal de R$ 26,7 milhões, considerando os 6,1 mil funcionários que atuam na empresa e aqueles que estão adidos para outros órgãos do Paço (1,5 mil). Desse quantitativo, 4,9 mil atuam nas ruas, sendo 2,2 mil na varrição das ruas, quase 1,8 mil atuam na coleta e remoção de lixo; 550 cuidam da manutenção de praças e 321 exercem outras atividades, segundo a reportagem.
Por sorte da prefeitura, a inchadíssima folha salarial da Comurg até hoje não entrou no cálculo dos gastos com funcionalismo para efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), apesar de ser custeada pelo Executivo. Se isto acontecesse, a prefeitura já estaria infringindo a Lei há muito tempo.