Os primeiros dez meses de atuação da Enel-Celg em Goiás foram marcados por problemas e investimentos aquém do anunciado pela gigante italiana.
Apesar das promessas, a empresa de distribuição de energia de Goiás não conseguiu melhorar a prestação de serviços e a quantidade de reclamações continua grande.
Em 2017, foram, registradas falhas no abastecimento que causaram prejuízos a produtores rurais, atrapalharam a realização do Enem em Uruaçu e até ajudaram na fuga de detentos, além de deixar milhares de pessoas sem energia ao primeiro sinal de chguva.
Ato posterior ao arremate da empresa em leilão,o diretor global de Infraestrutura e Rede da Enel, Livio Gallo afirmou que o objetivo da empresa era transformar a Celg na distribuidora de energia número um do País.
Não foi o que aconteceu até agora, o que compromete a imagem da multinacional.
Segundo o site Mais Goiás, os problemas são recorrentes.
Veja:
“Apesar do investimento, em 10 meses de controle italiano da companhia, os problemas da antiga empresa goiana de energia permaneceram. Logo no início de sua gestão, a Enel enfrentou dificuldades com a população. Em março, moradores da Avenida Viena, no Jardim Europa, em Goiânia, recorreram à Justiça para exigir que a Celg Distribuição, retirasse os postes de iluminação na região.
A necessidade de entrar na justiça foi consequência do fato de, em 20 de novembro do ano passado, o corpo de um senhor de 68 anos ter sido encontrado dentro de um poste deixado no canteiro central da avenida. Uma liminar, concedida no mesmo mês, parecia dar fim ao problema, mas a empresa de energia resolveu ignorar a decisão e não retirou a estrutura do local.
Na época, a assessoria de imprensa da Celg-D declarou apenas que a empresa “não recebeu nenhuma notificação judicial determinando a remoção dos postes no local mencionado”. Uma consulta ao processo pelo site do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), porém, comprovou a emissão da liminar pelo juiz José Proto de Oliveira na data alegada pelos moradores.
ABASTECIMENTO
Muitos problemas relacionados ao fornecimento de energia puderam ser observados neste primeiro ano de privatização. Após chuvas intensas no mês de março, diversos pontos de Goiânia e algumas cidades do interior como Anápolis, Luziânia e Iporá ficaram sem energia.
A situação se repetiu ao longo do ano em todo o Estado, sobretudo após chuvas fortes e quedas de árvores. No dia 4 de abril, uma falha em uma das subestações da Celg em Trindade, deixaram boa parte dos imóveis do município sem energia elétrica. Imagens da unidade mostram muita fumaça saindo do local.
Outro problema causado pelas quedas de energia no interior do Estado ao longo de 2017, foi a perda de produção agropecuária. Em Palmeiras de Goiás um caso se destacou após um vídeo ser veiculado nas redes sociais. As imagens mostram um produtor de leite jogando fora parte do produto que estragou depois que sua fazenda ficou 36 horas sem luz.
Segundo o produtor, Carlos Roberto Ferreira, depois de tanto tempo sem energia, o prejuízo acumulado foi de aproximadamente R$ 10 mil, pois os animais deixaram de ser ordenhados e a mercadoria armazenada estragou.
Alguns meses depois, no dia 3 de outubro, uma queda de energia em uma unidade prisional de Cristalina, a cerca de 280 quilômetros de Goiânia, foi a oportunidade perfeita para os detentos iniciarem uma rebelião. A falta de luz no município foi consequência de um incêndio em uma subestação da Celg em Luziânia.
Em novembro, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deixou de ser aplicada em Uruaçu por conta da falta de energia que atingiu a cidade. Na ocasião, a Celg informou as chuvas causaram uma falha na subestação Barro Alto, que atende a cidade, interrompendo o fornecimento de energia no local.