O vereador Jorge Kajuru (PRP) passou as primeiras quatro horas de 2018 em vigília pelos Cais, Ciams e postos de saúde de Goiânia. Em áudio enviado ao blog Goiás 24 Horas, ele afirma que encontrou cenários de abandono, população desassistida e quantidade de médicos ainda menor do que a que se encontra em dias comuns.
Acompanhado de um assessor que transmitiu as visitas ao vivo nas redes sociais, Kajuru passou pelos cais Chácara do Governador, Novo Mundo, Amendoeiras, Vila Nova, Guanabara, Pedro Ludovico e pelo Ciams do Novo Horizonte.
O vereador relata que a esmagadora maioria dos médicos abriu mão do adicional de 40% no valor dos plantões oferecido pela secretária de Saúde, Fátima Mrué, porque mesmo com a promessa de bonificação é difícil suportar as péssimas condições de trabalho que eles encontram nestes lugares.
“Em nenhum Cais havia três médicos trabalhando, como é recomendado. Em apenas um havia dois profissionais: na Chácara do Governador. Enfermeira: em todos, uma só”, conta o vereador, que ouviu funcionários zombarem da promessa do prefeito Iris Rezende (PMDB) de transformar a saúde de Goiânia em “exemplo para o Brasil” dentro de dois meses. “Me disseram que Iris não tem a menor noção do que se passa nos cais”, afirmou ele ao blog.
Kajuru tem a informação de que, entre 1° de outubro e 31 de dezembro de 2017, o espantoso número de 23 médicos ja pediram demissão da prefeitura da Capital.
Outro problema que o vereador diz ter encontrado é a indisponibilidade de se realizar exames de raio-X, que no dia de réveillon, na rede pública de Goiânia, estavam sendo feitos só no Cais de Campinas. “O pior é que há pouco tempo eu fui ao almoxarifado da Secretaria de Saúde e encontrei oito aparelhos encostados. Inexplicável isso”.
Kajuru completa: “Dá para dizer que a única coisa que não falta nos Cais e Ciams, usando o relato que me fez uma enfermeira, é camisinha. O resto falta. Desde dipirona a bezetacil, passando por luvas, falta tudo”.