A venda da Celg para empresa italiana Enel agravou o problema de abastecimento precário de energia em Goiás, de acordo com números da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgados nesta segunda-feira pelo jornal O Popular. Em novembro de 2017, por exemplo, a população do estado ficou 4,78 horas no escuro. No mesmo período de 2016, o índice foi de 2,98 horas.
A privatização da Celg aconteceu em fevereiro do ano passado sob a expectativa de melhorias neste quadro, o que não aconteceu. As reclamações são ainda maiores entre os produtores rurais, que precisam de estabilidade no fornecimento de eletricidade para não amargar perdas. Blecautes geralmente resultam em prejuízo no campo.
“São problemas decorrentes tanto da falta de qualidade da concessionária em processos internos, no sentido de demora nas respostas, call center, e também com os indicadores de duração e frequência de quedas”, afirma o analista do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Cristiano Palavro, sobre os relatos dos produtores. “Isso é resultado de muitos anos de descaso do poder público.
A demora da liberação de novas cargas e falta de estrutura para novos projetos, como explica, também travam o crescimento no campo. “Querem construir armazém ampliar a produção e a área irrigada e o crescimento fica limitado pela falta do insumo básico. O crescimento do Estado depende diretamente do fornecimento de energia”, afirma.
Em resposta, a Celg D informa que investiu cerca de R$ 700 milhões nos primeiros dez meses da nova gestão e que “o reforço destes investimentos inclui a aceleração de conexões rurais e a modernização da rede elétrica”. Entre as iniciativas, cita a construção de novas subestações e linhas de transmissão, ampliação da capacidade instalada das já existentes, instalação de equipamentos comandados remotamente e melhoria dos canais de atendimento.