O período pré-eleitoral de 2018 está mais movimentado do que em anos anteriores. O responsável pela intensa mobilização nos bastidores é o senador Ronaldo Caiado (DEM), que há semanas estimula um feirão de filiações em Goiás. Para atrair deputados e senadores, Caiado não discute propostas para o Estado. Não há convergência de ideias, e sim disposição do governadoriável em satisfazer projetos pessoais.
O senador Wilder Morais é exemplo disto. Começou a carreira política pelo DEM, migrou para a base de Marconi Perillo (PSDB), marchou com o tucano ao longo de seis anos e agora está de volta ao Democratas. Não por discordar do conceito de administração que pautou os atos de Marconi neste mandato, mas porque viu que na base aliada não haveria espaço para acalentar o sonho improvável de reeleição. É um projeto pessoal e estritamente eleitoral.
O mesmo vale para o deputado estadual Iso Moreira, que nesta quinta-feira troca o PSDB pelo DEM. Iso foi contemplado, ao longo de anos, com vultosos recursos e benefícios do governo para os municípios que representa. Mas percebeu que em 2018 teria de enfrentar a concorrência de outros nomes fortes do PSDB no nordeste goiano – Tião Caroço e Warner de Sousa (Dr. Vavá, de Posse). Queria que o vice-governador José Eliton tirasse ambos da jogada, o que obviamente não aconteceu. Mais uma vez, mudou de lado por interesse pessoal.
Circunstâncias conjunturais também afastaram o deputado estadual Álvaro Guimarães da base aliada. Álvaro deseja, digamos assim, mais “atenção” do governo aos seus pleitos – apesar de ser um dos parlamentares mais contemplados pelo Palácio das Esmeraldas em anos recentes. Como é que vai criticar Marconi e José Eliton quando subir no palanque de Caiado?
Nos três casos, não há uma proposta de gestão para Goiás que os una a Caiado. Pelo contrário: combateram-no, cada um ao seu modo, no passado recente. Este é o tipo de política que o senador diz combater, mas que pratica nos bastidores.