Além da crônica falta de insumos e funcionários, que é uma realidade comum a praticamente todas das unidades de saúde de Goiânia, no Cais de Campinas – plenamente habitado por pessoas doentes – faltam ventiladores. O ar não circula e o trânsito de bactérias e vírus é livre.
Esta é uma das graves constatações anotadas por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na vistoria que fez ao local, e que consta em relatório de 265 páginas divulgado nesta semana.
A precariedade da sala de atendimento de queimados assustou os advogados, que relataram: “os mesmos são atendidos em ambientes sem a devida condição, pois, não contam com higienização necessária e sob temperaturas elevadas o que possibilita a proliferação bacteriana”.
Pacientes que procuram o Cais de Campinas aguardam, em média, 4 horas para receber o resultado de exames, o que provoca acúmulo de pessoas na recepção – algo indigno e indesejável para qualquer pessoa com problema de saúde.
O relatório destaca um tópico especial para falta de insumos básicos, que classifica como “absurda: “por vezes não são encontrados sequer gaze e demais materiais para curativos, sendo que aqueles que muito necessitam de tais atendimentos têm de se sujeitar a providenciar tais insumos a próprio custo, ferindo o caráter universal e gratuito da saúde pública”.
Os advogados dizem que sempre que constatada a presença da OAB no local, servidores os procuravam para reclamar da falta de estrutura para oferecer atendimento adequado.
O questionário ainda detectou situações surreais: médicos disseram que não há aparelhos medidores de pressão, estetoscópios, otoscópios e focos de luz para exames ginecológicos suficientes no Cais.