A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, desmarcou pela 3ª vez o depoimento que daria à Delegacia de Homicídios da Polícia Civil. A oitiva, agendada para esta segunda, foi remarcada para esta terça-feira. Se ela não comparecer, o delegado Rômulo Matos considera pedir condução coercitiva e apreensão de documentos.
Mrué terá de responder pelos pacientes que morreram à espera de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos Cais e UPAs de Goiânia. Há suspeita de que a Secretaria de Saúde da Capital seja conivente com um esquema criminoso de seleção de pacientes “mais lucrativos” para os leitos cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Documentos mostram que, ao longo dos últimos anos, a taxa de desocupação de UTIs foi de 40% em média, apesar de haver demanda para ocupá-los. Em recente depoimento à CEI da Saúde na Câmara Municipal, o promotor Érico de Pina disse ter “absoluta certeza” de que o esquema existe. Pacientes “mais lucrativos” são, de modo geral, os mais jovens e que demandam menos atenção e medicação. Quanto mais velho, mais difícil tem sido conseguir uma UTI.