Ao criticar o leilão comandado por Vanderlan Cardoso acerca do apoio do PP na campanha eleitoral, o presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB), matou dois coelhos com uma cajadada só: vocalizou um sentimento de repulsa dos aliados de primeira hora de Marconi Perillo diante do fisiologismo partidário e estrategicamente demarcou terreno de olho na prefeitura de Goiânia em 2020.
Ao investir contra o fisiologismo do PP – e, por tabela, também o de outras legendas, como o PSD e o PSB -, a mensagem de Vitti agradou em cheio: o jogo de estica e puxa, do vai não vai da legenda extrapolou os limites e a impressão que passa é o que partido vive um fase de “balcão”, onde quem der mais leva a mão da noiva. Tanto agradou, que o próprio governador José Eliton, em entrevista coletiva, seguiu o mesmo diapasão de Vitti e trovejou condenando a barganha partidária.
Na outra ponta de sua manifestação, Vitti aproveitou a deixa para colocar para fora do ringue, com uma bordoada como há muito não se via na política de Goiás, um potencial adversário na disputa pelo Paço Municipal. Vanderlan não esconde de ninguém que quer concorrer à prefeitura da capital na sucessão de Iris Rezende, respaldado pela votação expressiva que o levou ao segundo turno contra Iris em 2016.
Ou seja, ao dar um proverbial cala-a-boca em Varderlan, Vitti mostrou as travas da chuteira de eventual candidato a prefeito de Goiânia e, ao mesmo tempo, fez um desabafo que os aliados de primeira hora de Marconi queriam fazer, mas que vacilavam para não ferir susceptibilidades.