O senador Ronaldo Caiado (DEM) tenta vender a ideia de que causou danos irreparáveis à base do governador José Eliton (PSDB) com o anúncio da indicação do deputado estadual Lincoln Tejota (Pros) – um ex-governista – para a sua vice.
Este propalado impacto não existe. A importância de Lincoln no processo político de Goiás é muito menor do que sugerem as manchetes com o seu nome nos últimos dias. Lincoln é um político sem expressão e sem talento que não teria ido a lugar nenhum se tivesse nascido em uma família diferente.
Deu sorte de ser filho de Sebastião Tejota, um conselheiro do Tribunal de Contas que foi duas vezes presidente da Assembleia. Mais do que isso: deu sorte de ter um pai que enxerga o voto como espólio a ser transferido às novas gerações e que, por isso, moveu montanhas para que o filho conseguisse um mandato.
Os bons políticos constroem uma história na vida particular antes de ingressarem na vida pública. O parlamento deveria ser o local onde cada deputado representa verdadeiramente uma classe de profissionais, um grupo de cidades, uma história. Helio de Sousa (PSDB), por exemplo, passou a vida defendendo Goianésia. Júlio da Retífica (PSDB) foi prefeito de Porangatu antes de virar deputado. Delegado Waldir (PSL), por mais criticado que seja, trabalhou duro na polícia no início de carreira.
Lincoln não tem nada disso. A vida do garoto é um livro em branco. Seus laços com os municípios onde teve voto em 2014 são frágeis. Prova disso é que nenhum prefeito o acompanhou na decisão de trocar Eliton por Caiado. Além disso, é um político que defende só a própria causa e que não conversou com ninguém antes de pular de um barco para o outro.
Lincoln é pequeno, por mais que o senador diga o contrário. Eliton perde o tempo de TV do Pros, mas apenas isso.
