A propaganda anuncia um candidato “determinado, jovem e moderno”: “esse cara é o Agenor”.
O jingle tem razão num ponto: jovem ele é, com seus 44 anos. Agora, moderno? Nem um pouco.
Agenor Mariano (MDB), candidato ao Senado pela chapa de Daniel Vilela (MDB), foi vereador e secretário da prefeitura de Goiânia na sombra de Iris Rezende (MDB), que está longe de ser ou representar ideais progressistas na política. O “jovem e moderno” nunca criticou o arcaísmo, o populismo e o proselitismo de Iris. Nunca.
Na campanha, Agenor é mais um destes candidatos que entraram para cumprir tabela. Patina nos 2% das intenções de voto desde que a disputa começou. Mas, num esforço arriscado para chamar atenção do eleitorado, o “jovem e moderno” Agenor decidiu apelar para agenda ultra-conservadora que tomou conta do debate político, na esteira do bolsonarismo.
Agenor diz que vai defender as nossas crianças da exposição a conteúdos impróprios. Diz que o cidadão de bem tem de ter arma em casa para não ser obrigado a se defender dos bandidos “com faca de cozinha”. Diz que é defensor da família e dos bons costumes.
Agenor é um paradoxo. Se diz moderno, mas defende a agenda de políticos de 4 séculos atrás. É um híbrido, uma aberração. E além de tudo, faz de bobo o eleitor levando-o a entender que “proteger nossas crianças” é papel de um senador.
O “jovem e moderno” tem 2% em todas as pesquisas. Já é uma grande vitória para um candidato que entrega tão pouco ao eleitor.