A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira o coordenador da campanha à reeleição do governador José Eliton (PSDB), Jayme Rincón, e ordenou buscas na casa do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) por supostos atos praticados – pasmem – há quatro anos.
O amigo leitor pode ter a preferência política que quiser, mas livre-se dela por um minuto para fazer esta reflexão: atos praticados há quatro anos resultaram numa operação policial a nove dias da eleição. Isto é saudável para o ambiente político como um todo?
A Polícia investiga o suposto recebimento de propina da Odebrecht em malas e mochilas. Segundo o Ministério Público Federal, houve ao menos 21 entregas de dinheiro irregular em 2014.
Por que a operação não aconteceu no decorrer deste longo intervalo entre 2014 e a véspera da eleição de 2018, independente de Jayme Rincon e Marconi terem culpa no cartório ou não?
É preciso botar uma lupa sobre operações policiais e ações do Ministério Público nestas eleições.
Promotores apresentaram ações contra Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB) e o próprio Marconi no decorrer deste processo eleitoral. Sempre por supostas irregularidades cometidas há quatro ou seis anos.
Hoje o amigo leitor pode comemorar a notícia, como se fosse um gol do seu time.
Mas pense com frieza sobre o risco que isto significa.