A organização não governamental paulista Comunitas, contratada pelo governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) para conduzir a transição de governem Goiás, tem entre os seus principais parceiros de trabalho nada mais, nada menos do que o alvo central da Operação Lavajato, a famigerada Odebrecht. O presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, e uma penca de executivos da empresa acabaram atrás das grades acusados de promover o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.
Em Goiás, segundo declarou Caiado, a Comunitas não vai receber pelo trabalho de coordenar a transição de governo, o que é de se estranhar, uma vez que a organização é de calibre grosso e não tem nada filantropia. E mais: cobra caro onde presta os seus serviços, a ponto de ser investigada pelo Ministério Público por contratos irregulares.
A Comunitas é sustentada por um grupo de mais de 40 apoiadores, onde figuram algumas das maiores empresas do país, como Odebrecht, Bradesco, Itau, Santander e da empresa de consultoria JP Morgan. Além de financiar as iniciativas da organização, empresários poderosos como Jorge Gerdau, do grupo Gerdau, Carlos Jereissati Filho, presidente do grupo Iguatemi, e Pedro Paulo Diniz, da Península Participações, comandam de reuniões com os gestores públicos em diversas estados.
A Comunitas mantém negócios com prefeituras de grandes cidades brasileiras, como Porto Alegre, Salvador e São Paulo, mas também atua em cidades de médio porte, como Pelotas, no Rio Grande do Sul, e Paraty, no Rio de Janeiro. A organização é investigada pelo Ministério Público em algumas cidades, como Campinas, em São Paulo.
A diretora-presidente da Comunitas é Regina Célia Esteves Siqueira, que integrou a equipe do Governo Fernando Henrique e responde também pela gestão do Centro Ruth Cardoso e da Alfabetização Solidária (Alfasol).
A Comunitas, o Centro Ruth Cardoso e a Alfasol tiveram origem na ONG Comunidade Solidária, fundada pela professora Ruth Cardoso, mulher já falecida do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, e estão instalados no Edifício Ruth Cardoso, na Rua Pamplona no. 1005, em São Paulo.
O ex-presidente FHC e os três filhos dele – Paulo Henrique, Luciana e Beatriz – aparecem como membros dos conselhos consultivos e da direção das três entidades.