O amadorismo da equipe de transição do senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) vai aos poucos demonstrando que o grupo político do demista está perdido diante da complexidade da máquina administrativa estadual. A mais sinistra de todas é que, apesar de seu discurso mal acabado em defesa dos servidores, é o governador eleito que não quer pagar a folha e dar o calote nos servidores, já que desde 2015 quem recebe a partir de R$ 3,5 mil brutos recebe até o décimo dia do mês subsequente ao trabalhado.
Nessa folha estão professores, policiais e médicos, ou seja, os funcionários responsáveis pelo serviços essenciais de educação, saúde e segurança. Assim, as verdades por trás das picuinhas de Caiado vão pouco a pouco aparecendo. A leitura do quadro é até óbvia, mas a falação do governador eleito joga uma cortina de fumaça sobre os fatos: em função da crise econômica nacional, que solapou as receitas e tornou errático o fluxo de caixa dos Estados, desde abril de 2015 a segunda parte da folha dos servidores é paga até o décimo dia do mês subsequente ao trabalhado.
O cronograma de pagamento da folha é público desde então, foi bem recebido pelos servidores e vem sendo cumprido à risca, com dificuldades muito pontuais. Assim, o cronograma do pagamento da folha de dezembro já estabelecido e a segunda parte deverá ser paga até 10 de janeiro, conforme pactuado com o funcionalismo. Caiado sabe disso, mas esperneia porque, na verdade, é ele quem quer dar o calote. O senador não tem mais saída. No dia 1.º de janeiro será obrigado a descer da tribuna de parlamentar e sentar na cadeira de governador.