A Adial Goiás foi levada a reboque no debate sobre a revisão dos incentivos fiscais encampado e vencido pelo senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM). Como principal fiadora do Produzir, a Adial tinha por obrigação defender a legislação e mostrar seus enormes benefícios para o crescimento econômico de Goiás, especialmente na geração de empregos e renda.
A população assistiu ao debate à distância, porque evidentemente não entende a complexa legislação dos incentivos. A narrativa de Caiado prevaleceu porque ele encontrou a forma certa de quebrar os argumentos dos empresários: o Produzir é um privilégio fiscal para meia dúzia de milionários que ficaram e estão ricos porque não pagam impostos, ao contrário do cidadão pobre, perseguido quando não paga suas contas.
É uma inversão perversa, porque os incentivos foram responsáveis diretos e indiretos pela geração de 1,3 milhão de empregos com carteira assinada entre 1999 e 2018. O efeito social direto e indireto também foi gigantesco: com os incentivos, o governo atual financiou todos os programas sociais, entre eles a Renda Cidadã e a Bolsa Universitária. A soma de emprego, divisão de renda e acesso à educação fez com que Goiás tivesse a maior redução proporcional das desigualdades sociais no Brasil entre 2000 e 2010. Um feito sem precedentes.
A Adial não lutou, perdeu a guerra e ontem teve de engolir um projeto ainda pior do que o acordado, alterado na calada da noite pelos aliados de Caiado.
A Adial perdeu de novo.