A imprensa de Goiás entrou na onda fake de terra arrasada criada artificialmente pelo senador e governador eleito Ronaldo Caiado e deixou de lado uma distinção básica e elementar da administração pública: o Estado é perene e a gestão, contínua; o governo é transitório e o mandato, temporal.
Portanto, não há qualquer justificativa para a histeria de jornais, rádios, tevês, sites e blogs relacionada à folha de pagamento de dezembro do funcionalismo. A missão dos jornalistas não é legitimar a loucura calculada do novo governo. É cobrar respostas, questionar.
Caiado é, sim, responsável pelo pagamento da folha de dezembro. O governador eleito e sua equipe sabem, sim, que a inexistência de empenho anterior a 1.º de janeiro não é impeditivo algum para a quitação dos salários no próximo dia 10. Caiado venceu as eleições no primeiro turno, fez a transição mais longa da história administrativa de Goiás e tinha todo o instrumental para acompanhar a evolução fiscal nos meses entre sua eleição e sua posse.
O calote anunciado é de autoria de Caiado, mas a imprensa embarcou na conversinha fiada de que o governo atual inviabilizou a quitação. Com esse apoio, o governador eleito segue, confortavelmente, no palanque eleitoral.
Mas a Caiado não resta mais nada a não ser assumir a imensa responsabilidade do cargo de governador. Com a cadeira vem a mesa cheia de problemas.
Ao vencedor, as batatas.