Na reunião que teve com os técnicos do Ministério da Fazenda e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) ontem em Brasília, a supersecretária da Economia de Ronaldo Caiado (DEM), Cristiane Schmidt, percebeu que caiu na própria armadilha. Os técnicos da STN foram claros: a decretação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) depende do empenho e do pagamento da folha salarial de dezembro.
Sem o empenho e o pagamento de dezembro, disse a STN a Schmidt, não tem conversa quanto à intervenção federal. A supersecretária trouxe a notícia para Caiado, que fez a transmissão ao vivo para falar da crise gerada pelo anúncio do calote na folha de dezembro sabendo da resposta do governo federal. A estratégia da supersecretária, claro, será atirar a responsabilidade pelo não empenho no colo do ex-governador José Eliton (PSDB).
A verdade, e Schmidt e Caiado sabem disso, é que a folha de dezembro pode ser empenhada e quitada a qualquer momento. José Eliton entregou o governo com R$ 200 milhões empenhados e em caixa para a quitação dos salários do Judiciário, do Legislativo e do Ministério Público, referentes a dezembro, nesta quinta-feira, 10, conforme determina a Constituição.
É o que dá tentar brincar com quem leva a gestão a sério.