Empossado há 17 dias, o governador Ronaldo Caiado (DEM) se mantém inerte às sucessivas crises que assolam sua administração. Eleito para comandar a nova gestão, ele segue à espera de um milagre de Brasília, conforme aponta a insistência dele e da supersecretária da Economia, Cristiane Schmidt, em decretar na marra no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Enquanto isso, o tempo passa e os problemas vão se avolumando, a exemplo da própria novela da intervenção federal, vista ingenuamente como a tábua de salvação por Caiado e Schmidt, e da teimosia, também de ambos, em não pagar a folha de dezembro. Milagres são tema de enredo de filmes e da fé religiosa, não do mundo real dos governos, cada vez mais cobrados a apresentar resultados no menor intercurso do tempo.
Mas a trágica saga caiadista à frente da administração, de toda forma, nos faz lembrar do filme À espera de um milagre, estrelado por Tom Hanks. Na história, um preso que está no corredor da morte aguarda um fenômeno sobrenatural para se livrar de sua pena. O detento do filme, claro, acaba conseguindo o feito. Resta saber se Caiado e Schmidt realmente acreditam que algo vai cair do céu enquanto eles veem a banda passar.