Com habilidade e precisão, o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Miliar e do Corpo de Bombeiros de Goiás (Assof), coronel Anésio Barbosa, desvendou, na reunião entre os representantes de sindicatos e entidades de servidores e da administração estadual para discutir o calote na folha de dezembro, a manobra por trás do atraso intencional dos salários promovida pelo governador Ronaldo Caiado (DEM).
Disse o coronel Anésio: “Essa proposta de transposição de folhas que nos é apresentada é um empréstimo que o Estado está tomando dos servidores para resolver os problemas em suas contas. Mas o Estado toma um empréstimo justamente entre os que têm menos a oferecer, porque, nesse cenário, os servidores são a parte hipossuficiente. O que os servidores têm a oferecer é a sua disposição, sua colaboração, sua força de trabalho”.
O presidente da Assof prosseguiu: “Se é uma solução para o Estado fazer essa manobra para pagar suas contas, não é uma solução para o servidores. Cabe a nós, seus representantes, priorizar os funcionários públicos. E nós todos, o governo também, temos de colocar à frente a situação do ser humano. Estamos diante de uma questão de dignidade, porque os servidores nos relatam que estão com os credores às suas portas, e aí nos perguntam se nós vamos parcelar suas dívidas com eles”.
Com análise, o coronel Anésio arrancou as máscaras da supersecretária Cristiane Schmidt (Economia) e do secretário de Governo, Ernesto Roller (MDB), que ficaram visivelmente constrangidos. “A melhor solução não é salvar os cofres do Estado e sim assistir a todos os servidores públicos”, disse o presidente da Assof, sob aplausos.