Obcecado em aumentar, a qualquer custo político e social, a arrecadação de impostos, o governo Ronaldo Caiado (DEM) começa a sinalizar que encampará a proposta de extinção da Lei Kandir, criada em 1986 para isentar de impostos os produtos destinados à exportação – entre eles, a soja.
Se, por um lado, as isenções de impostos desviaram receitas dos tesouros estaduais, por outro foram elas que impulsionaram o agronegócio e foram responsáveis pela abertura da nova fronteira agrícola no Centro-Oeste a partir de então.
Mas a julgar pelo drástico corte promovido nos incentivos estaduais, o governador Ronaldo Caiado (DEM) não está preocupado com o impacto do fim da Lei Kandir sobre a produção, em como consequência, sobre os empregos.
A Secretaria da Fazenda já fez as contas: sem a Lei Kandir, os cofres estaduais serão recheados em mais R$ 2 bilhões por ano – isso se a produção agropecuária incentiva pela legislação se mantiver nos patamares atuais, o que dificilmente ocorrerá.
Goiás é atualmente o segundo produtor nacional de soja e o vizinho Mato Grosso, o primeiro. É preciso lembrar que os produtores tiveram peso decisivo no apoio à candidatura de Caiado. Eles já perceberam o movimento e já estão inquietos diante da perspectiva de viverem o mesmo drama dos industriais, já submetidos ao facão caiadista.