Uma das primeiras medidas tomadas pelo secretário forasteiro da Segurança Pública, Rodney Miranda, foi transformar a Superintendência de Ensino da pasta em Superintendência de Combate ao Crime Organizado e Corrupção. A decisão, inicialmente atribuída à intensificação das medidas de combate à violência, acabou surpreendendo a Polícia Militar porque, entre as suas atribuições, está a investigação da atuação da própria tropa.
A SSP já tem em sua estrutura uma Corregedoria Geral com essa atribuição e, por isso, a decisão do secretário desagradou profundamente a Polícia Militar. Praças e oficiais veem na medida a adoção de um viés punitivo na relação entre Miranda e a corporação. O assunto será levado ao Fórum de Entidades de Segurança Pública, que reúne todos os sindicatos e associações de representação da categoria.
Segundo um policial graduado, a insurgência contra a medida não se trata de tentativa de flexibilização da conduta da tropa, mas contra a sobreposição e excesso de mecanismos de controle, o que aterroriza as forças de segurança e desestabiliza as ações de enfrentamento à violência. Além disso, vai na direção contrária à própria determinação do governador Ronaldo Caiado (DEM) que vem afirmando que a missão constitucional das polícias precisa ser zelada e defendida.