Brasília! A verdade é que o governador Ronaldo Caiado segue com a cabeça na Capital Federal, onde permaneceu por mais de duas décadas como parlamentar. Depois que virou governador, Caiado já foi a Brasília umas 10 vezes. As visitas são normais até pela proximidade geográfica com Goiânia, porém o que assusta é que o modus operandi de Caiado vem sendo o mesmo de um senador, cargo que ele não exerce.
O governador continua achando que sua oratória rebuscada e a figura de arauto da moralidade que ele mesmo alimentou nos últimos anos são suficientes para gerenciar as crises inerentes ao exercício de poder no Executivo. Só discurso, palavras de honra e promessas não satisfazem o povo. Para um governante que está começando, mais do que nunca é preciso mostrar ação.
E isso Caiado não mostra. Ele prefere acreditar numa ajuda que não virá de Brasília para os problemas fiscais e financeiros do Estado. Goiás enfrenta déficits e outras pendências econômicas; claro que sim. Porém, nenhum governo é feito para ter fluxo de caixa como se fosse um supermercado. O administrador tem que ser criativo, resolutivo e demonstrar vontade de desatar nós.
Caiado prefere insistir na picuinha política de culpar os governantes passados por todos os problemas que aparecem. É fracasso! A população já percebeu que nos últimos 20 anos os salários do funcionalismo foram pagos em dia, sem grandes problemas. Foi só Caiado entrar que começou a encrenca. O caos que ele quer instalar não existe. Governador é eleito para resolver problema, atender prefeitos, conversar com deputados estaduais e federais, entender as demandas da sociedade e por aí vai.
Esse trabalho, às vezes maçante, é constrói o elã entre o chefe do Executivo, os poderes auxiliares e de sustentação e, claro, o povo. Por isso é que muitas vezes empresários bem sucedidos e intelectuais fracassam na hora de governar. O rame-rama não é pra qualquer um. Pagar servidor em dia, ter boa relação com a tropa da Polícia Militar, estar atento aos professores; são tarefas básicas e essenciais para quem quer fazer um governo minimamente digno.
Caiado vai na contramão de tudo isso. Pagamento ele não vê como prioridade, polícia trabalha sem salário e pressionada por resultados estratosféricos, professores são chamados de viúvas de PT e por aí vai… O fracasso desses primeiros 50 dias se explica assim.