A “paralisação” de 48 horas dos médicos do Estado, decretada pelo Sindicato dos Médicos de Goiás – Simego, com base em uma “assembleia” em que apenas 20 pessoas votaram, para uma categoria de 170 profissionais, evidencia a distorção com que a imprensa diária trata – a favor – os movimentos que falsificam adesão dos próprios envolvidos.
A greve e as manifestações nas rodovias, promovidas por baderneiros que dizem agir em nome da maioria dos professores e estudantes da Universidade Estadual de Goiás, também têm sido tratadas pelo mesmo viés condescendente por veículos como O Popular, Diário da Manhã e O Hoje.
Os bloqueios de rodovias – ato criminoso, que prejudica a vida de milhares de pessoas – foram efetivados por grupos de 15 pessoas, no máximo, conforme documentado em fotos, enquanto a UEG tem 210 professores e 19 mil alunos. Supostamente universitários , que em vez de debater ideias queimam pneus como radicais do Oriente Médio.
A falta de representatividade desses movimentos é um fato real e merece avaliação jornalística. O jornal Folha de S. Paulo, por exemplo, em matéria publicada no último dia 23 sobre a “greve” dos professores da rede municipal de São Paulo, fala sobre uma manifestação realizada pelos “grevistas” no centro da capital paulista.
Olha o texto:
“Segundo a Polícia Militar, a manifestação dos professores reuniu cerca de 800 pessoas. Já a categoria falou em 8 mil pessoas. A rede municipal possui 68 mil professores atualmente”.
Isso, sim, é informação – e a Folha não perdoa e cumpre o seu dever de fazer um jornalismo ético, noticiando a manifestação, mas reduzindo a sua dimensão à verdade dos fatos e nada mais.
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