sexta-feira , 15 novembro 2024
Goiás

Três decisões mostram que a Justiça endureceu na punição da calúnia, difamação ou injúria

Três decisões de tribunais nesta semana mostram que a Justiça brasileira está mais rigorosa quando julga processos em que jornalistas, políticos e veículos de imprensa são acusados de calúnia, difamação e injúria. Se ao longo dos anos a resposta ou a “pena” era o direito de a vítima expor sua versão no mesmo espaço usado pelo agressor, agora a Justiça tem decidido mexer no bolso de quem agride.

Em Goiás, o radialista Luiz Carlos Bordoni foi condenado a pagar R$ 200 mil ao governador Marconi Perillo por danos morais. O experiente Bordoni fez acusações sem provas: “Publicou notícia inconclusiva, sem prova de suas alegações, utilizou do direito de imprensa para divulgar declaração não realizada pelo autor, autoridade política de inegável expressão regional e nacional”, afirmou, na sentença condenatória, o juiz Ricardo Teixeira Lemos, da 7ª Vara Cível de Goiânia.

Outra decisão, em Goiás, condenou o deputado federal Carlos Alberto Leréia a indenizar o ex-secretário da Fazenda em R$ 30 mil reais, por danos morais, também por acusações sem provas.

Em âmbito nacional, uma outra decisão mostra que a Justiça está mais severa quanto a a defesa da honra de cidadãos. O apresentador e blogueiro Paulo Henrique Amorim, hoje na TV Record, foi condenado a pagar R$ 100 mil ao ex-presidente do STF, Gilmar Mendes.

O motivo foi uma montagem publicada por Amorim no ano de 2008: “Cartão Dantas Diamond. Comprar um dossiê – R$ 25.000,00; Comprar um jornalista – de R$ 7.000,00 a R$ 15.000,00; Comprar um delegado da PF – R$ 1.000.000,00; Ser comparsa do presidente do STF – Não tem preço”.

A montagem é uma referência ao caso do banqueiro Daniel Dantas, a quem Amorim também terá de pagar duas indenizações por danos morais de R$ 100 mil.

As três decisões judiciais, Bordoni, Leréia e Amorim, não podem ser interpretadas como atos contra a liberdade de imprensa ou censura porque apenas remetem à um provérbio do tempo das cavernas: “falou… tem que provar”.

Ser irônico, ácido e fazer críticas é uma coisa; caluniar, difamar e injuriar é outra bem diferente.

 

LEIA MAIS:

Karla Jaime diz que chamar Governo de “corrupto” é apenas crítica. Em que mundo estamos?

Condenação de Bordoni por caluniar governador chega a mais de R$ 260 mil

Paulo Henrique Amorim é condenado a pagar R$ 100 mil por caluniar Gilmar Mendes

Bordoni reage acusando juiz de parcial e suspeito e pode sofrer novas apenações

Essa é boa: juiz fixou indenização para Bordoni pagar com base no que ele disse, mas não provou, que recebeu por fora

Juiz Ricardo Lemos confirma que calúnia é crime e não tem nada a ver com liberdade de expressão

Que cacetada: Justiça condena Bordoni a pagar R$ 200 mil por calúnias contra o governador

Caiado foi difamado e caluniado e Tribunal decide que deputado receberá R$ 1,2 milhão em indenização

Advogado de Marconi explica: a liberdade de expressão não justifica calúnia, injúria ou difamação

Artigos relacionados

Goiás

Surto de Doença Diarreica Aguda atinge 12 cidades de Goiás

Fato Um surto de Doença Diarreica Aguda atinge 12 cidades de Goiás....

Goiás

Goiás violento: PM à paisana é morto a tiros em Novo Gama

Fato Um policial militar (PM) à paisana foi morto a tiros, na...

Goiás

Carreta bitrem perde compartimento de carga em Goiás; motorista trapalhão não percebeu

Fato Uma carreta bitrem, carregada com sal, perdeu um dos compartimentos de...